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Ao preparar as boas-vindas a um grupo de funcionários que retomaria seu trabalho -adiado, mas esse dia em breve chegará-, pensei muito em qual o papel da comunicação neste momento de retomada.

Orientações como: fiquem longe uns dos outros; almocem em silêncio; não sentem ao lado de ninguém no ônibus; máquinas de café foram retiradas para evitar a contaminação… isso é para a sua e para a nossa segurança. Tenso, né? Qual a qualidade de serviço que esse time conseguirá oferecer? Trabalhar com essa tensão, com mais regras a cumprir. Silêncio, sem contato físico. Longe.

Como é possível garantir a integridade física de cada um e a concentração no trabalho? Como garantir a qualidade do serviço e a dedicação? Aparentemente, essa conta não fecha. É, o mercado não aguenta muito tempo parado. Alguém precisa se movimentar, colocar a roda para girar, mas quem? Ao custo do quê?

Nesse momento, uma comunicação intensa, delicada e assertiva têm de entrar na rotina. Nada de comunicar para enquadrar. A comunicação tem de capitanear esses dias nublados, de distanciamento. É preciso esclarecer, respeitar e olhar o outro. Dias bons e dias ruins. Dias nos quais almoçar em silêncio e ficar sem o café será uma tortura e desviará a atenção. Dias nos quais o melhor mesmo é não ter ninguém ao seu lado no banco do ônibus.

Comunicar com afetividade, com transparência e com atuação forte ao lado de que estará lá, no dia a dia, se arriscando e, ao mesmo tempo, cuidando do outro.